Pescadores discutem com Bahia Pesca modelo do Terminal Pesqueiro de Salvador
Representantes de 23 colônias, cooperativas e associações de pescadores discutiram nesta sexta-feira (20), no auditório da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), em Ondina, o modelo de gestão do Terminal Pesqueiro Público de Salvador foi discutido, que está sendo construído na Ribeira pela Bahia Pesca, empresa vinculada à Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), com as obras em fase de conclusão.
“O terminal é um importante instrumento de apoio ao desenvolvimento do setor pesqueiro e aquícola, com produtos e serviços de qualidade a preços competitivos”, afirma o presidente da Bahia Pesca, Isaac Albagli, que, juntamente com o assessor de relações institucionais da empresa, Manoel Barbosa, esclareceu sobre vantagens e desvantagens dos três modelos de gestão - pública, privada e compartilhada.
Os representantes dos pescadores decidiram pela gestão compartilhada que, dentre outras vantagens, proporciona legalização do processo comercial para milhares de pescadores, maior garantia de eficiência e eficácia em função da soma da experiência dos envolvidos. Os gestores contarão com apoio administrativo, financeiro, operacional e comercial de consultores do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/BA).
O presidente da Colônia Z-1, com sede no Rio Vermelho, Marcos Souza afirma que durante 300 anos os pescadores artesanais ficaram à margem das decisões políticas. “O que era dito na época por alguns compositores e escritores contribuiu e muito para que não tivéssemos voz, como por exemplo, a ideia passada de que estes profissionais saiam às 5h e retornavam às 10h para, na beira da praia, deitar ao lado da morena e tomar cachaça”. Ele acrescenta que “a realidade sempre foi outra, uma vida muito dura”.
Branco, como é conhecido, informa que as mudanças começaram em 1994, com a criação da Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca (Seap), transformada em Ministério em 2009. Com estas iniciativas, os pescadores passaram a ser inseridos nos setores institucionais. “Por isso, defendo a gestão compartilhada”.